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Primeiro-Ministro confiante de que 2012 será o ano do arranque em força do Cluster do Mar

José Maria Neves afirmou, em mais uma visita a São Vicente, que as perspectivas para a ilha são boas, sendo que 2012 será o ano de arranque de alguns projectos cruciais para o desenvolvimento local e nacional e que estão inseridos no programa do “cluster” do mar, programa que tem a ilha do Monte Cara como sede.

Um dos grandes projectos em carteira é a ampliação do Porto Grande, mais concretamente a concretização do projecto do acesso norte ao porto, assim como o terminal de cruzeiros e o porto de águas profundas. Todas antigas reivindicações de agentes portuários, empresas, funcionários e usuários em geral daquela infra-estrutura portuária.

José Maria Neves reuniu-se com o Presidente do Conselho de Administração da Enapor, Franklin Spencer, onde colocaram as coisas em perspectiva. Perspectivas essas que são “boas” segundo as previsões de ambos que contam ter garantido os financiamentos para essas importantes obras, já em 2012 que deverá ser “o ponto de arranque para podermos criar uma nova dinâmica neste sector aqui em São Vicente”, aponta.

Aliás, 2012 deverá ser o ano de arranque em força “na articulação dos diferentes sectores que integrarão este domínio da economia marítima, aqui, em São Vicente”, anuncia. Na mesma linha Spencer confirma que há “avanços na montagem financeira destes projectos, em especial o terminal de cruzeiros”, que deverá ser financiado em parte, pelo governo da Holanda, através de fundos perdidos, sendo que o acesso norte é o que está em fase mais adiantada, com a garantia do financiamento, enquanto está-se na finalização da avaliação e início da discussão do contrato”, sustenta.

“As perspectivas são muito boas, particularmente na área das pescas”, afirma o Primeiro-Ministro, em que há a possibilidade de um aumento considerável da captura e exportação de pescado. Para que isso aconteça, segundo José Maria Neves, “basta remover alguns obstáculos” como são a criação de mais infra-estruturas de frio para suprimir o deficit actual com o não funcionamento da Interbase em função do incêndio de alguns anos atrás.

A construção de uma “nova Interbase” é um projecto já em andamento, e outro requisito é a criação de condições para que os armadores tenham mais acesso a financiamento “e possam dispor de melhores condições para fazerem a captura.

Neste momento, está a analisar um conjunto de propostas e a ideia é trabalhar em conjunto com as empresas de transformação de pescado e os armadores, “no sentido de criar as condições para resolvermos e criarmos todas as condições para removermos todos os obstáculos existentes”.

Uma resposta que agradou ao responsável do Instituto Nacional de Desenvolvimento das Pescas, Óscar Melício, como fez saber à saída de mais um encontro com o Chefe do Executivo. Não obstante esses obstáculos, Melício garante que 2011 tem sido um ano razoável em matéria de capturas, sobretudo, do atum e do gaiado. A definição de alternativas “transitórias” para congelação e armazenagem de pescado, a necessidade de um Plano Estratégico das Pescas em Cabo Verde, foram alguns dos outros temas abordados no encontro com a INDP.

Também a situação da Cabnave foi discutida com os responsáveis pela empresa, mais concretamente em relação às negociações em curso com o Governo chinês para a privatização da mesma. Ambas as partes confidenciaram estarem as negociações em fase muito avançadas e a previsão é de que em 2012 se tenha o acordo que “viabilizará definitivamente a Cabnave, afirma o Primeiro-Ministro.

Uma preocupação tem a ver com o futuro dos funcionários da dita empresa que, segundo o actual director, Baltasar Ramos, está a ser acautelado nas negociações, não devendo constituir objecto de divergências.

Porém, José Maria Neves está seguro de que este será um projecto “estruturante para São Vicente e Cabo Verde”, até porque, acrescenta, “os nossos parceiros também pretendem investir em outras áreas, nomeadamente uma base logística de apoio à frota das pescas da China aqui no Atlântico, o que poderá, também viabilizar outros negócios”, sendo os transportes aéreos um exemplo.

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