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Cabo Verde 
MINISTRO HUMBERTO BRITO:

«Indústria cabo-verdiana padece dos mesmo sintomas que a de África »

O ministro do Turismo, Indústria e Energia, Humberto Brito, defendeu esta terça-feira na Cidade da Praia, maiores acções industrializantes para o crescimento económico de África, que nos últimos 15 anos tem representado um por cento da produção industrial mundial.

Humberto Brito, que falava na cerimónia de abertura de um workshop realizado no âmbito do Dia da Indústria em África, destacou a contribuição do sector em “apenas” oito por cento para o PIB e admitiu que a indústria cabo-verdiana padece dos mesmos sintomas que a generalidade africana.

Deste modo, o governante cabo-verdiano, que apontou acções a serem desenvolvidas a nível da África, garantiu que o arquipélago está próximo dos grupos com mais criação de valor a nível industrial entre os países lusófonos.

“O Governo definiu no seu programa quinquenal eixos prioritários e que visam a construção de uma economia dinâmica, competitiva e inovadora, sustentável e com prosperidade partilhada para todos”, disse Humberto Brito.

Neste âmbito, o governante apontou o fomento do crescimento do sector privado, do investimento e da produtividade e promoção do desenvolvimento e a coesão sociais para facilitar o acesso aos serviços básicos como medidas que constam do plano de acção.

A capacitação dos recursos humanos para produzir conhecimento propiciador de crescimento económico, modernizar e estender as infra-estruturas, bem como afirmar a nação global e desenvolver parcerias para a competitividade, constituem também eixos estratégicos desse plano.

Face a este plano de acção, Humberto Brito considera importante o papel da Agência de Desenvolvimento Empresarial e Inovação (ADEI) que será chamada para desempenhar, bem como outras instituições públicas e privadas, no reforço e consolidação do tecido industrial do país.

“É com estas medidas que reafirmamos, neste Dia da Industrialização da África, o nosso compromisso com o desenvolvimento industrial em prol do bem-estar da população africana e, em particular, de um futuro mais próspero para Cabo Verde”, afiançou.

Para o coordenador residente interino das Nações Unidas, Frans Van de Ven, o facto de 600 milhões de pessoas na África viverem sem acesso à energias modernas sustentáveis e a preços acessíveis é já um grande impedimento para o desenvolvimento social económico.

Por isso, sublinhou, garantir o acesso à fontes de energia confiáveis, eficientes e acessíveis é um elemento chave na promoção do desenvolvimento industrial, possibilitando a criação de emprego e aumento da capacidade produtiva.

“As metas neste sector até 2030 são o acesso universal a serviços de energia moderna, duplicação da taxa de melhoria da eficiência energética e duplicação da percentagem de utilização de energias renováveis na total das energias consumidas”, realçou.

Cumprindo nestes objectivos Van de Ven acredita que estar-se-á a trabalhar para “juntos alcançarmos a energia sustentável para todos e promover o desenvolvimento económico e a produtividade em África”.

No workshop para assinalar o Dia da Industrialização da África, que se celebra sob o lema “Redução da pobreza energética em África & A industrialização em Cabo Verde: O caminho a seguir”, serão debatidos temas como “Industrialização no mundo: situação em África”, “A experiência de Cabo Verde: Electrificação rural e plano estratégico das energias renováveis”, entre outros.

Em Cabo Verde a actual taxa de cobertura eléctrica é de 80 por cento.

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