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Ambiente 

Oceanos perderam metade da sua população em 42 anos

Pesca e aquacultura são algumas das razões apontadas no mais recente relatório da WWF. Ao pepino-do-mar, por exemplo, bastaram três anos para decair 98% no mar Vermelho

É quase um cemitério de pepinos-do-mar: mais de dez anos depois de a pesca de holotúrias - consideradas uma iguaria de luxo em grande parte da Ásia - ter sido proibida no mar Vermelho, o stock continua a não mostrar sinais de recuperação. A conclusão consta do mais recente relatório sobre os oceanos divulgado pela organização ambiental WWF, que recorda que, só de 1998 a 2001, a população de pepinos-do-mar existente naquele local decaíra 98%. É um caso extremo: a nível mundial, a população de mamíferos, peixes, aves e répteis marinhos decresceu 49% entre 1970 e 2012 - um dado considerado, ainda assim, preocupante.

"A atividade humana danificou seriamente o oceano ao pescar mais rapidamente do que os peixes se conseguem reproduzir, ao mesmo tempo que destruía os seus viveiros", adiantou à britânica BBC Marco Lambertini, diretor-geral da WWF International. De acordo com o documento tornado público ontem e intitulado "Living blue planet report: species, habitats and human well-being" ("Relatório planeta azul vivo: espécies, habitats e bem-estar humano", numa tradução livre do inglês), das 930 espécies de peixe incluídas no Índice do Planeta Vivo (Living Planet Index, em inglês), 352 servem de alimento ao homem. O atum e a cavala, por exemplo, decaíram 74% entre 1970 e 2010. O valor global de 49% refere-se às 1249 espécies de mamíferos, peixes, aves e répteis marinhos analisadas no âmbito deste relatório. Correspondem a um total de 5829 populações.

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