POR LUÍS SOUSA
VI Congresso da APLOP - Bloco de Notas (1)
Tendo como pano de fundo o terminal de contentores de Alcântara e como palco o belíssimo auditório da antiga Gare Marítima de Alcântara, o VI Encontro da Associação de Portos de Países de Língua Oficial Portuguesa (APLOP) foi sede de intensa e entusiástica comunicação, onde a dominante lexical foi “cooperação”.
Perante um auditório lotado, o Presidente da Associação, José Luís Cacho, começou por destacar no seu discurso de abertura, o imenso espaço de relacionamento cooperativo que a APLOP representa, concretizável na vasta extensão de linhas costeiras e áreas marinhas dos Países que a constituem.
Com base no conhecimento das potencialidades e oportunidades de negócio a serem exploradas, alvitrou um aumento do fluxo de mercadorias nos portos associados, fruto de uma muito desejável economia APLOP com forte ligação ao mar lusófono.
Fortalecer o cluster portuário da APLOP, através da potenciação das relações comerciais entre comunidades portuárias foi a meta estabelecida para a atividade da Associação para os próximos anos, num esforço articulado entre entidades privadas e públicas na captação de linhas regulares de transporte marítimo entre portos de países de língua portuguesa.
Na segunda intervenção do evento, Francisco Venâncio, Presidente da Associação do Porto de Luanda (Angola), focou o período crucial de reabilitação das infraestruturas relacionadas com o transporte e sistema logístico, que o seu país atravessa. Neste sentido, Francisco Venâncio afirmou entender que “atos de capacitação e assistência técnica e científica“ deverão fazer parte do conjunto de vetores que é necessário serem implementados na estratégia de cooperação da Associação.
A comunicação de Jorge Luiz de Mello, Presidente da Companhia Docas do Rio de Janeiro (Brasil), recordou o primeiro encontro de portos da CPLP, em 2008 no Porto de Leixões de onde surgiu o projeto de constituição da APLOP. Passados 4 anos, neste VI Congresso da Associação, a lotação do auditório será um dos aspetos que demonstra o sucesso do projeto já consubstanciado na criação da linha regular que liga Fortaleza a Cabo Verde.
Jorge Luiz de Mello, numa formulação feliz, considerou o estudo de mercado desenvolvido pela APLOP uma “ferramenta” que os países da CPLP têm a obrigação de usar de forma a desenvolver novos fluxos comerciais entre si, tirando vantagem dos laços essenciais que a língua comum lhes atribui.
Augusto Fernando Cabi, Diretor Geral da Administração dos Portos da Guiné-Bissau, afirmando a condição costeira do território Guineense, que no entanto apenas dispõe de um Porto Comercial, referiu um conjunto de projetos de modernização dessa infraestrutura, justificados pelo aumento da produção e exportação via contentor, da castanha de caju, o principal produto país.
Adriano Rosamonte, Diretor da ENAPORT – Portos de S. Tomé e Príncipe, considerou indispensável a presença do seu país na APLOP, tendo em conta a enorme importância do setor portuário na economia do arquipélago, uma vez que a sua condição geográfica implica que 99% do seu movimento de mercadorias seja feito através dos portos.
Rosamonte referiu ainda a política de modernização do sistema portuário de S. Tomé e Príncipe, tanto a nível de infraestruturas e equipamentos como também na transição da gestão totalmente pública para parcerias público privadas.
No domínio dos sistemas de informação, o Diretor da ENAPORT anunciou encontrar-se em fase final o processo de aquisição da Janela Única Portuária à empresa portuguesa J. Canão, passo muito relevante no sentido da simplificação e agilização dos procedimentos portuários.
O responsável pelos Portos de S. Tomé e Príncipe salientou ainda a aposta em recursos humanos de elevada formação, como veículo de obtenção de maior consistência técnica nos serviços portuários prestados.
Na sua intervenção, Marta Mapilele, Administradora Executiva da Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM), afirmou que os CFM, enquanto membros fundadores da APLOP, depositam enorme confiança no sucesso da associação. No domínio da cooperação por esta potenciada, os CFM identificaram algumas áreas onde será possível estabelecer sinergias com outros portos membros, tal como o que já acontece no que diz respeito à formação.
A Embaixadora de Cabo Verde em Portugal, Madalena Neves, apontou os portos como uma componente essencial do processo de desenvolvimento que o seu país insular atravessa, o qual retira do mar quase todos os seus recursos económicos.
O Governo cabo-verdiano aposta fortemente na economia marítima para o desenvolvimento do país, com a modernização das infraestruturas portuárias a ocupar um lugar central nesse esforço, contando com um forte investimento na área da gestão, equipamentos e infraestruturas portuárias.
Cabo Verde conta com a cooperação no quadro da APLOP para a evolução dos eixos de desenvolvimento, no sentido da criação de um sistema portuário moderno bem equipado e com uma forte capacidade de gestão, de forma a constituir uma plataforma de acesso a outros mercados, incluindo o mercado de turismo de cruzeiro que ganha enorme peso na economia do País.
Sobre a intervenção de Fernando Nunes da Silva ver notícia autónoma aqui
Data: 2012-12-14
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