VIAJANDO PELA HISTÓRIA
Olhos nos ombros e a boca curvada como a ferradura de um cavalo
Na seguinte passagem das Viagens*, Mandeville disserta sobre 54 ilhas, cada uma com “gentes de diversas condições”:
Em uma delas há gentes de enorme estatura como gigantes, que são horrorosas à vista. (...) Em outra ilha, a sul, vivem também pessoas de feia constituição e má índole. Não têm cabeça, possuem os olhos nos ombros e a boca curvada como a ferradura de um cavalo, situada no meio do peito.
Em outra ilha, há também gentes sem cabeça, com os olhos e a boca na parte de trás dos ombros. Na terceira, há gentes de cara completamente plana e igualada, sem nariz e sem olhos, somente com dois pequenos furos redondos no lugar dos olhos e uma boca completamente plana, como uma fenda sem lábios. Numa quarta ilha, há gentes de horrorosa configuração física, com o lábio superior tão enorme que, quando estão dormindo ao sol, cobrem toda a face com esse lábio.
Numa quinta, há gentes de uma estatura tão pequena como a dos anões, contudo são maiores que os pigmeus e tem um pequeno orifício redondo no lugar da boca, por isso, quando comem ou bebem, fazem-no através de um cano ou coisa parecida. E como não tem língua,
não falam, apenas produzem um tipo de assobio e fazem sinais entre si, como os monges. Assim, entende um o que o outro quer dizer.
Numa sexta ilha há gentes com grandes orelhas, que chegam até os joelhos. Numa sétima, há gentes com pés de cavalos. São tão fortes,
potentes e velozes que pegam animais selvagens quando correm e os comem.
Numa oitava, há gentes que andam sobre as mãos e os pés como animais, e são peludas e trepam rapidamente nas árvores, como os símios. Numa nona, há gentes que são ao mesmo tempo homem e mulher, contando com a natureza de um e de outro. Tem um só seio em um dos lados e nenhum do outro, e tem membros de procriação de homem e de mulher, podendo fazer uso de um ou outro à vontade: uma vez um, outra vez outro. Quando usam o membro viril, engendram filhos, quando usam o feminino, dão luz a filhos.
Há ainda, outra ilha onde se encontram gentes que, maravilhosamente, caminham sempre de joelhos e a cada passo que dão parece que vão cair. Tem em cada pé oito dedos. Outros muitos tipos de gentes existem em outras ilhas dos arredores, sobre as quais haveria muito a dizer, mas a matéria seriamuito longa, assim, passarei por elas abreviadamente.(...)
*VIAGENS DE JEAN DE MANDEVILLE (circa 1350)
Excerto (página 74) do livro
"UM MARAVILHOSO IMAGINÁRIO: A REPRESENTAÇÃO DO MARAVILHOSO NA LITERATURA DE VIAGENS E NA CARTOGRAFIA MEDIEVAL E RENASCENTISTA" que pode ler na íntegra aqui
Data: 2019-07-04
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