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As medusas poderão deixar pesca inviável


Uma investigação no Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) sob responsabilidade de António Marques, conclui que com a ocorrência de alterações climáticas, as medusas, que atacam as larvas de peixe, dominarão as mesmas e deixá-las-ão impróprias para consumo. Isto porque os blooms de medusas que crescem bem com temperaturas mais elevadas, ao tocarem com os tentáculos urticantes nos peixes, provocam queimaduras nas suas superfícies, deixando-os inviáveis para venda.

Esta conclusão resulta de um projecto do IPMA financiado pelo programa CERES (Climate Change and European Aquatic Resources) cujo objectivo é estudar os efeitos directos e indirectos das alterações climáticas na pesca e na aquacultura.

“É um facto que as temperaturas das águas estão a subir, é um facto que os fenómenos extremos estão a acontecer com mais frequência, é um facto que temos na costa Europeia uma maior ocorrência de algas produtoras de toxinas”, refere António Marques, mas perante a situação podemos tentar evitar esses efeitos ou encontrar soluções.

Assim, estes resultados poderão fazer com que as empresas que exploram a aquacultura repensem os seus processos. “Primeiro há que alertar sobre quais serão os potenciais problemas e depois identificar quais poderão ser as medidas de mitigação; no caso da aquacultura, o que se pretende com os dados é fazer modelação – tentar antecipar, através de modelos, quando a temperatura estiver a um determinado nível, se o produtor vai ter de alimentar mais ou recolher o produto, pois poderão haver contaminações com toxinas e poderão ocorrer mais doenças”, explica o investigador.

Questões que fazem parte do último eixo do projecto – “interacção com as indústrias com os produtores das pescas e da aquacultura, com decisores políticos, de maneira que com os dados que saiam do projecto se consigam encontrar soluções que vão ser diferentes nos países europeus”, como afirma António Marques.

Em concreto, concebe-se uma simulação das alterações climáticas de forma a conseguir “colocar os organismos a diferentes temperaturas, diferentes PHs, (simulando acidificação), diferentes teores de oxigénio para, face a um determinado stock, conseguirmos fazer testes ao mesmo tempo em diferentes condições ambientais e, a partir daí, podermos ver em que medida é que os organismos são afectados, não só fisiologicamente, como no caso de aparecimento de doenças, mortalidades, se crescem ao mesmo ritmo ou não”, como explica António Marques. Só assim será possível perceber o efeito que terão os organismos sujeitos a esse tipo de alterações climáticas na aquacultura.

Nesta primeira fase do projecto, que já tem 18 meses, o primeiro eixo da caracterização das variações ambientais já foi feito, a interacção tem vindo a ser feita e a parte da experimentação animal e da recolha de dados sobre as consequências nos organismos já é também um dado adquirido, juntamente com a parte dos dados que estão disponíveis. Falta agora a parte experimental. Com fim previsto para 2020, conta em Portugal com uma equipa de sete investigadores na Estação Piloto de Piscicultura, em Olhão, e também em Lisboa.

Também em Portugal, a Sagres Marisco, empresa algarvia, de Vila do Bispo, está a trabalhar no projecto, ainda que mais vocacionada para o que faz parte da sua produção, mais orientada para os bivalves, estudando principalmente o mexilhão.

O CERES é um projecto europeu, financiado em seis milhões de euros pela União Europeia, no quadro do programa Horizonte 2020, com 26 parceiros de diferentes países europeus, visando analisar o impacto das alterações climáticas nos recursos marinhos. O IPMA foi um dos escolhidos para integrar o projecto, no âmbito da aquacultura, com um financiamento de 300 mil euros. O CERES funciona desde Março de 2016 com 11 institutos de pesquisa marinha, oito universidades e sete parceiros industriais, sob a coordenação de Myron Peck, da Universidade de Hamburgo.

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