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Estação Costeira de Cabo Verde recebeu 30 pedidos de socorro de navios que sulcam o Atlântico


Em terra é o “olho” e o “ouvido” de navios e centros de busca e salvamento marítimo. Sem a Estação Costeira cabo-verdiana, haveria, com certeza, muito mais casos de naufrágio no Oceano Atlântico. Esta unidade gerida pela Cabo Verde Telecom, em parceria com o IMP, faz um trabalho discreto, mas fundamental para a segurança neste corredor do Atântico-médio que é um dos mais movimentados do mundo.

No passado mês de Janeiro, o navio de carga Estrela Nova ficou à deriva quando navegava a 26 milhas de Tarrafal de Santiago. O leme sofreu uma avaria que impediu a tripulação de manobrar a embarcação, de bandeira cabo-verdiana. O alerta foi dado pelo navio Pentalina, que comunicou o ocorrido ao seu armador. E este accionou a Estação Costeira. O caso foi resolvido com a ajuda do navio Djon Dade.

Cerca de um mês antes, a 29 de Dezembro passado, foi o navio Pentalina que esteve na iminência de sofrer um acidente a meio caminho entre Santiago e Fogo. A carga, segundo o Supervisor da Estação Costeira, Carlos Pires, estava mal colocada e os contentores deslizaram perigosamente para um dos lados da embarcação. Apesar do risco de naufrágio, o navio continuou viagem, sempre seguido via rádio pelos serviços terrestres de segurança marítima.

No dia anterior, o motor do barco-carro ancorado na baía do Porto da Praia parara de funcionar. Essa estranha unidade, construída por um engenheiro-mecânico da Estónia, ficou à deriva a 14 milhas a Sul da ilha de Santiago, quando rumava para o Brasil. Assim que recebeu o pedido de socorro, a Estação Costeira entrou em contacto com um navio chinês que navegava a 12 milhas do local do acidente. O navio mudou a sua rota e resgatou o navegante solitário. E o aventureiro que tentava dar a volta ao mundo no seu jipe Land Cruiser adaptado a uma piroga viu o seu sonho a fugir-lhe a 14 milhas de Cabo Verde, mas foi salvo e a piroga abandonada no meio do mar. Dias depois, essa embarcação deu à costa no Brasil e foi recuperada pelo dono.

Estes são apenas três exemplos de situações de emergência ocorridas no mar de Cabo Verde e que exigiram a intervenção da Estação Costeira de Cabo Verde. Por sorte, nenhum desses casos terminou em tragédia.

Sediada em S. Vicente, na zona de Ribeira d’Julião, a Estação Costeira é o “olho” e o “ouvido” das embarcações que sulcam a Zona Económica Exclusiva de Cabo Verde. Equipada com o GMDSS (Sistema Global de Socorro e Segurança Marítima), este serviço gerido pela Cabo Verde Telecom, em parceria com o IMP (futura Agência Marítima e Portuária), registou 30 pedidos de auxílio em 2013, mas no ano de 2012 atendeu a 40.

“Os barcos que sulcam o nosso mar não têm a obrigação de nos contactar, mas estamos em alerta permanente para o caso de ser necessário. Nas situações de emergência podemos ser alertados pelo navio em apuros, por outra embarcação, pelos centros de ajuda ou por uma outra estação costeira. A partir desse momento, fazemos a ponte de comunicação com as autoridades marítimas responsáveis pelos serviços de busca e salvamento, como a Capitania e a Guarda Costeira”, explica Carlos Pires.

Sem a ajuda da Estação Costeira, a coordenação entre as autoridades marítimas e o contacto com o navio em perigo seriam praticamente impossíveis. Toda a comunicação passa por esta unidade, que faz circular a informação. E nesses casos, cada minuto pode significar a diferença entre a vida e a morte.

“Vivemos momentos de stress, porque sabemos que há vidas em risco. E já houve barcos que desapareceram transportados pela correnteza”. Os exemplos mais recentes são os mediáticos casos dos navios Roterdão e Bela Brilhante, que pura e simplesmente sumiram do mapa. Mas há barcos que, tendo sido levados pelas correntes, “depois apareceram pelos lados do Brasil”, revela o supervisor da Estação Costeira.

Segundo Carlos Pires, o navio Roterdão, que desapareceu de circulação no passado mês de Setembro, não enviou nenhum pedido de socorro à Estação Costeira. Ora este é um dado que leva as autoridades cabo-verdianas a duvidarem se a embarcação foi mesmo vítima de um naufrágio. Além disso, o barco estava equipado com o AIS – sistema automático de identificação -, dispositivo que permite o acompanhamento visual e em tempo real do navio pela Estação Costeira. Só que esse equipamento parou de emitir sinal e deixou a Estação às cegas.

Seis técnicos garantem o funcionamento permanente da Estação Costeira, trabalhando por turnos distribuídos ao longo do dia. Apesar de estar equipado com o GMDSS, o mais moderno sistema de segurança marítima, a Estação Costeira ainda usa instrumentos antigos, que possibilitam a comunicação por onda curta e rádio VHF. A área de abrangência deste centro ultrapassa as 200 milhas náuticas, isto é, mais do que o tamanho da Zona Económica Exclusiva de Cabo Verde.

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Data: 2014-03-09

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