Cabo Verde

Cabo Verde vai criar unidade militar de intervenção rápida com apoio espanhol

As Forças Armadas Cabo-verdianas deverão criar a sua primeira unidade militar de intervenção rápida em 2014, no âmbito da cooperação com a Espanha.

A criação dessa unidade, que visa dar resposta às ameaças que possam pôr em perigo a sobrevivência do país, foi um dos pontos da agenda da terceira reunião da Comissão Mista de Cooperação Técnico-Militar entre Cabo Verde e a Espanha, realizada terça-feira na capital cabo-verdiana.

No final do encontro, que contou com a presença do sub-diretor-geral de Planos e Relações Internacionais da Espanha, o vice-almirante Ignácio Horcada Rúbio, o diretor nacional da Defesa de Cabo Verde, tenente-coronel Pedro Brito, afirmou que as Forças Armadas Cabo-verdianas vão iniciar, no próximo ano, a formação dos formadores "altamente treinados" para intervirem em zonas de alto risco.

Conforme ficou estabelecido na ata do encontro entre as duas partes, Cabo Verde fica incumbido de selecionar o pessoal e adquirir meios e instalações para a unidade de intervenção rápida.

Pedro Brito garantiu, entretanto que, as Forças Armadas Cabo-verdianas já contam neste momento com unidades dotadas de algumas valências necessárias para o cumprimento de missões de alto risco.

O tenente-coronel Pedro Brito recordou que Cabo Verde está inserido numa região "muito conflituosa" e que é também atingida pelo fenómeno do terrorismo, apontado como uma "ameaça internacional sem fronteiras".

Nesta terceira reunião da Comissão Mista de Cooperação Técnico-militar entre os dois países, a segurança marítima foi eleita como uma área de grande importância, tendo em conta que as duas partes pretendem que o mar continue a ser um espaço de navegação livre, mas com controlo sobre as ameaças e os desafios como tráficos ilícitos de drogas, de armas e de pessoas, a poluição marítima e o contrabando.

O documento aprovado no final do encontro prevê também a cooperação entre o Centro de Vigilância Marítima da Espanha e o Centro de Operações de Segurança Marítima de Cabo Verde, bem como a formação e a cooperação na área da saúde militar.

No domínio da saúde, foi acordado que as duas Forças Armadas irão trabalhar para que Cabo Verde disponha de uma policlínica militar com várias valências, ao mesmo tempo que o arquipélago continua a beneficiar do apoio da Espanha na formação de especialistas médicos militares.

No âmbito desta cooperação, ficou estabelecido o apoio da Espanha para que as Forças Armadas Cabo-verdianas possam integrar – com oficiais ou unidades – missões de paz ou humanitária, principalmente no continente africano.

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