Moçambique

Malawi quer utilizar mais o porto moçambicano da Beira

A presidente malawiana, Joyce Banda (na foto), disse que o seu Governo vai aproveitar, em pleno, as facilidades oferecidas pelo Porto da Beira, um dos maiores de Moçambique e que dá acesso ao mar a muitos países do hinterland.

Falando durante a sua visita àquela infra-estrutura económica, Banda reconheceu as vantagens oferecidas por este Porto ao seu país e disse fazer sentido, do ponto de vista económico, que o Malawi passe a centrar as suas atenções para esta infra-estrutura.

“Estamos a perder por não prestarmos muita atenção ao potencial existente neste porto”, disse Banda, acrescentando que “nós iremos fazer a nossa parte para aumentarmos os produtos que devem passar por este porto”.

Joyce Banda teceu essas considerações no Porto da Beira, um dos locais onde Ela escalou no quadro da sua visita de Estado a Moçambique, iniciada no Sábado último e que termina hoje. No Porto da Beira, ela percorreu os terminais de combustíveis, de contentores, de carga geral, entre outras facilidades.

Durante a visita, a Cornelder de Moçambique, empresa que opera o Porto da Beira, defendeu que esta é a infra-estrutura portuária mais próxima e mais barata para o Malawi, acontecendo o mesmo com o Zimbabwe, Zâmbia e parte da República Democrática do Congo (RDC), isso comparativamente a outros portos da região.

Em relação ao Malawi, o Porto da Beira dista a 812 quilómetros da capital económica malawiana, Blantyre, e a 950 quilómetros de Lilongwe, a capital politica. Contudo, o Porto de Durban, na Africa do Sul, a distância é de mais de dois mil quilómetros. Em relação ao Porto de Dar-Es- Salaam, na Tanzânia, a distância para Blantyre é de 2,031 quilómetros e 1,667 quilómetros para Lilongwe.

Actualmente, o Malawi é um dos maiores utilizadores do Porto da Beira, mas o nível de utilização desta infra-estrutura ainda é fraco e tende a reduzir, para determinados produtos.

Por exemplo, as exportações de algodão, fertilizantes, tabaco e trigo, através desta infra-estrutura, reduziram de 2010 para 2011, sendo o açúcar um dos poucos produtos cujas exportações cresceram de cerca de três mil toneladas métricas para 63,7 mil toneladas métricas.

Mas a Presidente malawiana manifestou a sua decisão de inverter este cenário, apostando no aumento da produção de culturas de rendimento e consequentemente incrementar as exportações, sendo o Porto da Beira a sua principal opção de transporte dessa mercadoria.

Segundo referiu, nos encontros até agora mantidos com as autoridades moçambicanas, incluindo com o Presidente Armando Guebuza, houve uma boa vontade do governo em trabalhar com o Malawi, principalmente no tocante ao aumento dos volumes de exportações através do Porto da Beira.

“O meu governo deve garantir que aproveitemos essa boa vontade ao máximo. Espero continuarmos a trabalhar juntos para o benefício dos nossos dois países”, disse Ela, sublinhando que “no Porto da Beira, o Malawi sai mais a ganhar que os outros países, porque a distância em si pode acelerar os volumes de exportações”.

Durante a visita ao Porto da Beira, a Cornelder de Moçambique encorajou o Governo malawiano a apostar nesta infra-estrutura no manuseamento dos seus produtos, argumentando ser a rota mais curta, segura e barata.

Além disso, esta companhia pretende, num futuro breve, aumentar a sua capacidade de manuseamento de carga, construir um terminal de açúcar, um terminal de carvão, um terminal de viaturas e um armazém de tabaco.

“Usando o Porto da Beira, o Malawi irá reduzir os custos do comércio, tornar a sua economia mais competitiva e reduzir o custo de vida dos malawianos”, segundo a Cornelder de Moçambique.

A Cornelder é uma empresa subsidiária da Cornelder Holdings, companhia baseada na Holanda, e que detém 67 por cento do Porto da Beira, sendo os remanescentes 33 por cento detidos pela empresa pública Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM).

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