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Banco Mundial vê África a crescer 3,6% este ano

O Banco Mundial prevê que as economias da África subsahariana cresçam 3,6% este ano e acelerem para 3,8 por cento em 2023, depois de terem recuperado da quebra de 2020 e crescido 3,5 por cento no ano passado.

“A produção na África subsahariana cresceu uns estimados 3,5 por cento em 2021, alimentada por uma recuperação no preço das matérias-primas e por um abrandamento das restrições” no âmbito da pandemia da Covid-19, lê-se nas Perspectivas Económicas Globais, ontem divulgadas em Washington e citadas pela Lusa.

No entanto, o Banco Mundial alerta que “a recuperação continua frágil e insuficiente para inverter o aumento na pobreza devido ao impacto da pandemia, e a ameaça de surtos recorrentes da Covid-19 continua”, o que faz com que a previsão de crescimento esteja quase um ponto percentual abaixo da estimativa para 2019 e 2020.

No relatório, o Banco Mundial diz que as três maiores economias da região (Nigéria, África do Sul e Angola) deverão ter crescido 3,1 por cento no ano passado, o que reflecte uma melhoria das estimativas anteriores, e aponta que o crescimento de Angola e Nigéria foi sustentado pela recuperação no sector não petrolífero, “com a produção de petróleo na região a continuar abaixo dos níveis anteriores à pandemia devido às perturbações no trabalho de manutenção e pelo declínio dos investimentos nas indústrias extrativas”.

A pandemia, acrescentam, “fez reverter o progresso na redução da pobreza e em vários objectivos emblemáticos do desenvolvimento em toda a região, anulando mais de uma década de ganhos no rendimento per capita nalguns países”.

Em Angola, Nigéria e África do Sul, entre outros, o rendimento per capita “deverá continuar mais baixo em 2022 que há uma década”, alertam os economistas.

Entre os principais riscos apontados no relatório, o Banco Mundial destaca a pobreza, a insegurança alimentar, o aumento dos preços dos alimentos e as tensões geopolíticas, que “podem afectar o sentimento dos consumidores e abrandar o crescimento”.

Entre os riscos identificados, o Banco Mundial salienta que os países que enfrentam dificuldades na sustentabilidade da dívida podem ter mais dificuldade no acesso ao financiamento internacional, o que motivaria ajustamentos orçamentais abruptos.

As baixas taxas de vacinação também colocam a ameaça de “surtos recorrentes e mais severos”, e a instituição avisa ainda que “a pandemia prolongada pode amplificar os desenvolvimentos passados e os desafios de saúde, descarrilar as reformas estruturais e orçamentais, e resultar em perdas duradouras de capital humano”.

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