Angola

Empreiteiro chinês entrega caminho-de-ferro de Benguela ao Governo de Angola

Os 1344 quilómetros de linha férrea entre o Lobito e o Luau estão preparados para dar resposta ao fluxo de passageiros e de mercadorias durante os próximos anos, disse na cidade do Lobito o director-geral da CR20 Angola International Company, a empresa responsável pela reconstrução daquela linha de caminho-de-ferro.

Han Shu Chen, que falava na cerimónia de recepção definitiva das obras de reconstrução do Caminho-de-ferro de Benguela (CFB) por parte do Ministério dos Transportes, realizada na estação de passageiros de primeira classe do Lobito, garantiu que a linha férrea está totalmente operacional, 10 anos depois do início da empreitada levada a cabo pela subsidiária do grupo China Railway 20 Bureau Group Corporation.

O director-geral da CR20 Angola International Company salientou ter o CFB passado a ser um corredor internacional que liga dois oceanos, o Atlântico e o Índico, depois de em Julho passado o comboio de luxo do operador turístico sul-africano Rovos Rail ter partido da Tanzânia e atravessado a Zâmbia e a República Democrática do Congo até chegar ao Lobito.

Apesar de a linha já ter sido entregue às autoridades angolanas, Han Shu Chen assegurou que a empresa vai continuar a prestar assistência técnica nos trabalhos de manutenção, garantindo assim a segurança e a operacionalidade da linha, em conjunto com o CFB, segundo a agência noticiosa Angop.

“Depois da entrega definitiva da linha, não vamos sair do CFB. Ainda temos equipas permanentes ao longo da linha para os trabalhos de manutenção”, disse, garantindo que, embora longa, o tempo de vida útil desta linha depende da sua manutenção.

Testemunhado pelo vice-governador provincial de Benguela para os Serviços Técnicos e Infra-estruturas, Leopoldo Muhongo, o termo de recepção definitiva das obras de reconstrução do Caminho-de-Ferro de Benguela, lavrado em língua portuguesa e chinesa, foi assinado pelo director do Instituto Nacional dos Caminhos-de-Ferro de Angola, Ottoniel Daniel, pelo presidente do Conselho de Administração da CFB, Luís Teixeira e pelo empreiteiro China Railway CR20, Han Shu Chen.

Depois de uma destruição total provocada pela guerra civil, os comboios do CFB voltaram, em 2015, a circular do Lobito ao Luau, quase 30 anos depois. Tal só foi possível graças à reconstrução da linha, uma empreitada de grande envergadura que o governo adjudicou, em Janeiro de 2006, à construtora CR-20, com um custo estimado em 1,8 mil milhões de dólares financiados por uma linha de crédito da China.

Com uma extensão de 1344 quilómetros do Lobito ao Luau e 67 estações e apeadeiros entre as províncias de Benguela, Huambo, Bié e Moxico, o CFB tem actualmente 48 locomotivas adquiridas ao grupo americano General Electric (GE Transportation) e 66 carruagens, entre a 1ª, 2ª e 3ª classes. (Macauhub)