MACAU - CHINA

Empresas europeias despertam para a iniciativa chinesa Faixa e Rota

A iniciativa chinesa Faixa e Rota vai proporcionar oportunidades relevantes para empresas europeias nos sectores de infraestruturas, marítimo, logística, serviços bancários e financeiros, serviços profissionais e energia, segundo o centro da União Europeia para pequenas e médias empresas (EU SME Centre).

Um artigo publicado pelo EU SME Centre – “The Belt and Road Initiatives: Opportunities and Challenges for EU SMEs” – afirma que no sector das infra-estruturas, além dos caminhos-de-ferro, o foco de investimento na Faixa e Rota “passará por oleodutos e gasodutos, redes de transmissão/distribuição, redes de transmissão/distribuição de electricidade, cadeias de abastecimento de unidades de produção em países terceiros, projectos de gestão de água e resíduos, centros de comércio e logística regionais e projectos de urbanização.”

No sector da produção avançada e transporte, “surgirão projectos de infra-estruturas de grande dimensão (linhas de caminhos-de-ferro de alta velocidade, portos, aeroportos, centrais hidroeléctricas e parques industriais de alta tecnologia) que necessitarão de equipamento de topo e a China irá procurá-lo junto de fornecedores no estrangeiro”, refere o artigo.

As oportunidades estendem-se ao sector de comércio electrónico e logística, podendo os países incluídos na iniciativa tirar vantagem da “crescente presença de competências tecnológicas, recursos financeiros e especialização em comércio electrónico e logística da China para desenvolverem os seus próprios mercados de comércio electrónico.”

“Com estes novos corredores transnacionais, será preciso apoio de centros eficientes de logística que, por sua vez, precisarão de ser apoiados por gestão e infra-estruturas apropriadas (armazéns, interligações de electricidade, centros de coordenação de redes ferroviárias e gestão de portos marítimos)”, adianta artigo.

No sector financeiro e de serviços profissionais, refere, “será necessária especialização em ferramentas financeiras complexas”, formas inovadoras de financiamento, internacionalização do yuan, mercados obrigacionistas, plataformas de negociação de matérias-primas, serviços de seguros, gestão de activos, legais, contabilidade, consultoria e serviços de aconselhamento e ainda serviços marítimos.

No sector da energia e recursos, adianta, a China procurará apoio e cooperação internacional na exploração e fornecimento de petróleo/gás, produção de carvão/energia nuclear, projectos de energia renovável e plataformas de comércio de carbono.

O EU SME Centre adianta que poderá haver oportunidades nos sectores da agricultura e pescas, para onde estão planeados investimentos em infra-estruturas agrícolas ao longo da Faixa, “o que pode constituir uma oportunidade para as empresas nessa indústria, tendo também em conta que o governo chinês possui uma estratégia de melhoria da segurança alimentar.”

No sector dos cuidados de saúde e ciências da vida, tendo em consideração a proposta da “Health Silk Road”, será esperado um aumento de equipamento médico de topo, de plataformas tecnológicas de informação médica, formação de pessoal e planeamento, construção e operação de unidades médicas.

No sector do turismo, com a maior ligação e infra-estruturas de transporte entre os países abrangidos pela iniciativa e com o acordo entre a World Tourism Cities Federation em Pequim e a Shanghai Cooperation Organisation com o objectivo de promover o turismo nas cidades ao longo das rotas, “novos destinos turísticos surgirão”.

“É importante o planeamento através da identificação do país, sector, projecto e parceiro chinês apropriado”, conclui. (Macauhub)